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Semana decisiva: o que esperar dos indicadores econômicos que podem mover juros e câmbio?

Semana decisiva: o que esperar dos indicadores econômicos que podem mover juros e câmbio?

Na próxima semana, entre 2 e 8 de novembro de 2025, os investidores irão acompanhar uma série de indicadores macroeconômicos que prometem balizar o rumo dos mercados de títulos públicos, taxas de juros, câmbio e bolsas de valores. Em especial, há foco nos dados dos Estados Unidos logo no início, seguidos por Brasil, Europa e Ásia — cada região com seus sinais próprios de crescimento, inflação ou atividade, e com reflexos distintos nas carteiras e nos fluxos de capitais.

Nos Estados Unidos, destacam-se três lançamentos críticos: o índice Institute for Supply Management (ISM) da manufatura (marcado para segunda-feira, dia 3 de novembro, às 12:00) com projeção de cerca de 49,1 contra leitura anterior de 49,1 (ou seja, estabilidade esperada). Em paralelo, o índice de emprego no setor manufatureiro (também 3 de novembro) e o total de vendas de veículos para outubro (16,40 milhões – leitura anterior) entram no radar. Se o ISM manufatura recuar abaixo da marca de 49, isso reforçaria a narrativa de contração, o que poderia levar rendimentos dos Treasuries a recuar, reduzindo taxas de juro de títulos públicos e impulsionando ações mais sensíveis ao ciclo econômico. Por outro lado, surpreender para cima sugeriria resiliência e poderia pressionar expectativas de aperto do Federal Reserve, elevando taxas de curto prazo e fortalecendo o dólar — o que penalizaria ações de crescimento e ativos emergentes.

Também nos EUA, na sexta-feira, dia 7 de novembro, entra no radar o relatório de emprego e expectativas de inflação (como o índice da University of Michigan). Um número de emprego forte, acima das estimativas, aumentaria as apostas de uma política monetária mais restritiva, elevando rendimentos e reduzindo o apetite por risco. Para o Brasil e demais mercados emergentes, isso implicaria saída de fluxo externo, desvalorização cambial e alta das taxas de juros domésticas.

Em relação ao Brasil, um dado chave será o lançamento do IHS Markit PMI Industrial para outubro, previsto para terça-feira, 4 de novembro, às 10:00, com projeção em torno de 46,5 pontos (anterior 46,5). Uma leitura abaixo dessa projeção reforçaria a imagem de fraqueza na indústria brasileira, pressionando os títulos públicos (elevação das taxas de NTN-B e NTN-F) e possivelmente impactando negativamente o câmbio (dólar subindo). Se surpreender positivamente, poderá dar suporte ao mercado local de ações e reduzir prêmios de risco doméstico, favorecendo novo corte da taxa básica da Banco Central do Brasil (Selic) antecipado pelo mercado.

No âmbito da Europa, entre os lançamentos mais relevantes está o PMI Industrial da zona do euro e de países-chave como Alemanha, França e Itália na segunda, 3 de novembro, às 06:00, com expectativa em torno de 50,0 pontos (anterior 49,8). Se o índice superar esse nível, poderá gerar um alívio para os mercados de títulos da zona euro, com rendimentos dos Bunds alemães caindo, e fortalecer a zona do euro. Caso contrário, poderá manter a pressão sobre os títulos periféricos e estimular discurso de estímulo ou manutenção de taxa de juros elevada pelo Banco Central Europeu (BCE). O licenciamento anual de veículos no Reino Unido, marcado para quarta-feira, 5 de novembro, também entra como sinal de recuperação da demanda britânica (projeção de +13,7 % anual) e serve de termômetro para o consumo doméstico e as taxas de juros locais.

Voltando à Ásia, a China e o Japão trazem dados que podem movimentar o câmbio regional e os fluxos para ativos emergentes. Por exemplo, para sexta-feira, 7 de novembro, as reservas cambiais da China e os dados de importações e exportações (0h00 CST) são aguardados — ainda que não tenhamos projeções exatas publicadas para todos os itens. Um declínio maior do que o esperado nas reservas ou nas exportações chinesas poderia enfraquecer o yuan, elevar a paridade entre dólar e renminbi e gerar maior aversão a risco global, ampliando o impacto negativo sobre emergentes. Já no Japão, o índice PMI industrial da sexta-feira, 7 de novembro, está projetado em torno de 48,3 pontos (anterior 48,5) — o que se manteria em terreno de contração. Uma leitura pior do que a esperada poderia levar a queda adicional no iene e pressão sobre os títulos japoneses de curto prazo.

Além dos indicadores específicos, é importante destacar o mecanismo global que conecta esses dados ao mercado de títulos, juros, câmbio e ações: leituras que mostram rendimentos acima das estimativas alimentam expectativas de inflação ou de aperto monetário, o que eleva taxas de juros, fortalece moedas fortes (como o dólar ou o euro) e costuma penalizar ações de crescimento e emergentes. Por outro lado, leituras abaixo das expectativas ou em território de fraqueza geram apostas de estímulo ou cortes de juros, reduzindo rendimentos, favorecendo ações e moedas de risco.

Também para o Brasil e emergentes em geral, os dados externos dos EUA, Europa e Ásia funcionam como gatilho: se os mercados globais enxergarem menor risco de aperto monetário externo ou maior fluxo para risco, isso reduz prêmios de risco emergente, cai o câmbio e favorece títulos públicos. O contrário também é verdadeiro: ambiente global mais hawkish tende a fragilizar emergentes, elevar o dólar e pressionar as taxas internas.

Em resumo, a semana de 2 a 8 de novembro reúne uma série de indicadores que, mesmo sem serem todos primários como CPI ou risco-país, têm poder suficiente para mover mercados. A atenção estará voltada para o desempenho dos PMIs nos EUA, Brasil e Europa, os dados de emprego nos EUA e os fluxos asiáticos de reservas e comércio. Os resultados deverão ajudar a definir se a próxima fase será de maior acomodação monetária ou de manutenção de aperto — e os mercados irão reagir com posições em cambiais, juros e risco acionário.

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